Golpe do ‘abate do porco’, não confie no apoio de desconhecidos na internet

Você já ouviu falar no golpe financeiro do ‘abate do porco’? Esse golpe está em alta no momento, é conhecido por buscar vítimas usando as redes sociais. Através das redes, os golpistas se apresentam como parceiros ou amigos com o pretexto de falar sobre investimentos. Esse golpe segue o mesmo padrão dos ‘golpes amorosos’, mas a principal diferença está no tempo e dedicação que o golpista investe nessa aproximação com a vítima.

Quer entender melhor sobre o golpe do ‘abate do porco’, e como se prevenir? Leia esse artigo até o fim e se informe. Boa leitura!

 

O que é o golpe do ‘abate do porco’?

O golpe do ‘abate do porco’ é aplicado em redes sociais, como o WhatsApp e até mesmo no Tinder. Neste tipo de golpe, o golpista entra em contato com a vítima dizendo que a conhece de algum lugar, ou que de alguma forma tinha seu número salvo no celular. A principal diferença do golpe do ‘abate do porco’ é o tempo dedicado para “engordar” a confiança da vítima, antes de “abatê-la”, que é o momento quando conseguem o investimento financeiro. 

Afinal, neste tipo de golpe, o criminoso não pede dinheiro. Ao invés disso, os golpistas manipulam a vítima para que ela acredite nos benefícios e lucros que terá ao investir em sites de criptomoedas ou moedas virtuais. Mas, na verdade, esses sites ou aplicativos são falsos, sendo controlados pelos criminosos. Infelizmente, muitas vezes as vítimas só percebem que caíram num golpe quando tentam retirar os lucros das plataformas e não conseguem.

Como o golpe do ‘abate do porco’ é aplicado?

No golpe do ‘abate do porco’, tudo começa de maneira amigável e com uma simples mensagem inocente pelo WhatsApp, algo como “olá, tenho você nos meus contatos” ou “me desculpe, mandei mensagem para a pessoa errada”. Ou através do Tinder, aplicativo de encontros. Mas, atenção: muitas vítimas podem conhecer os criminosos também através do Instagram, Facebook ou até mesmo o LinkedIn. Ou seja, qualquer rede social pode ser usada para esse golpe.

No golpe do ‘abate do porco’, as conversas costumam parecer normais, com mensagens falando sobre a vida, o dia a dia e os gostos em comum. Isso porque os golpistas querem ganhar a confiança das vítimas para poder manipulá-las. As conversas podem durar semanas antes do golpe de fato acontecer, tudo para estabelecer um vínculo de confiança entre a vítima e o criminoso. Assim, a segunda fase do golpe é apresentar à vítima um site ou aplicativo de investimento falso, no qual as pessoas se sentem seguras para depositar seu dinheiro, pois quem está indicando é um amigo, alguém em quem elas confiam.

 

Em resumo, podemos dizer que o golpe do ‘abate do porco’ funciona assim:

  • Mensagens pelo WhatsApp ou outra rede social de algum desconhecido;
  • Conversas amigáveis para criar laços de confiança;
  • As conversas podem durar semanas;
  • Após ganhar a confiança da vítima, o golpista começa a falar sobre investimentos;
  • O golpista diz ter informações privilegiadas sobre criptomoedas e moedas virtuais;
  • Promessas de ajudar a vítima a oferecer uma vida melhor para sua família;
  • Golpistas dizem que será um investimento conjunto, onde cada um investirá metade;
  • Pouco a pouco, os golpistas pedem que se invista cada vez mais dinheiro no site ou plataforma;
  • Os sites e aplicativos são similares aos originais, enganando as vítimas que só descobrem que são falsos quando não conseguem resgatar o “suposto lucro”. 

Quem são as vítimas?

Infelizmente, qualquer pessoa pode cair no golpe do ‘abate do porco’. Mas, muitas das vítimas são pessoas que possuem conhecimentos financeiros, digitais e com formação superior. Além de aposentados, que investem suas aposentadorias. Segundo informações da Gaso, uma organização internacional que luta contra este tipo de golpe, as vítimas do ‘abate do porco’ possuem:

 

  • diploma universitário e uma grande parte tem mestrado ou doutorado;
  • são de diversas profissões, desde enfermeiras até especialistas em informática ou engenheiros;
  • têm entre 24 e 40 anos;
  • podem ser aposentados que investem suas aposentadorias. 

É importante lembrar que neste tipo de golpe, os criminosos costumam adaptar o esquema para cada perfil de pessoa, concentrando-se em regiões onde eles acham que pode haver um volume mais alto de dinheiro, ou seja, onde os salários das vítimas são maiores.

 

Como são selecionadas as vítimas do golpe do ‘abate do porco’

Os criminosos sabem usar as redes sociais muito bem, principalmente para escolher suas vítimas. E uma das redes mais úteis para eles é o LinkedIn. É através do LinkedIn que os golpistas analisam o nível de estudo, emprego, idade, faixa salarial e outras características das vítimas. Tudo isso serve para que eles vejam se a pessoa é um bom alvo e se vale a pena investir tempo para aplicar o golpe.

 

Golpe do ‘abate do porco’ gera prejuízo milionário 

Em 2021, o Centro de Denúncia de Delitos na Internet do FBI recebeu mais de 4,3 mil denúncias relacionadas ao golpe do “abate do porco”, totalizando mais de 429 milhões de dólares (cerca de R$2,2 bilhões de reais) de prejuízo. E não para por aí! Cerca de 2 mil pessoas já apresentaram denúncias através da Gaso, e o prejuízo médio deste tipo de golpe é de US$173 mil (cerca de R$900 mil reais) por vítima.

Na América Latina, o prejuízo também é grande em países como Chile, Equador, Argentina e Colômbia, onde homens e mulheres de 30 a 50 anos relataram terem perdido valores entre US$200 a US$150 mil (cerca de R$1 mil a R$780 mil reais) no golpe.

 

Como proteger-se do golpe do ‘abate do porco’?

Antes de tudo, é preciso se lembrar que quando se trata de redes sociais é importante “nunca acreditar nem confiar em pessoas que você não conhece”. Além disso, existem orientações do FBI que podem te proteger:

 

  • Nunca envie dinheiro, negocie, nem invista com base nos conselhos de alguém que você só conheceu na internet.
  • Não comente sua situação financeira atual com pessoas desconhecidas e que não sejam de sua confiança.
  • Não forneça seus dados bancários, números de documentos, cópias de documentos de identidade ou passaporte e nenhuma outra informação pessoal a ninguém online, nem a um website que você não saiba que é legítimo.
  • Se um site de investimento ou comércio online promover benefícios aparentemente impossíveis, o mais provável é que eles sejam exatamente isso: impossíveis.
  • Tenha cuidado com as pessoas que afirmam ter oportunidades de investimento exclusivas e insistam que você deve agir com rapidez.

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Publicado por Amanda Borges

Formada em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, com MBA em Gestão e Governança de TI, tem uma trajetória de 12 anos atuando em projetos de desenvolvimento de sistemas voltados para a concessão de crédito. Nos últimos anos, especializou-se no desenvolvimento de Produtos Digitais e em 2019 assumiu a liderança da área de Business Development da Sim.

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